sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

SMS

O luxo sem etiqueta O homem desceu na estação do metro de Washington DC vestindo jeans, camisa e boné, encostou-se próximo da entrada, tirou o violino da caixa e começou a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali passava, na hora de ponta matinal.
Durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes. Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares.
Alguns dias antes Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam 100 dólares. A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, telemóvel no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte. A conclusão: Só damos dar valor às coisas, nomeadamente à arte, quando contextualizadas.
Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefacto de luxo sem etiqueta. Somente uma mulher o reconheceu...
O vídeo da apresentação no metro está no You Tube:

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