quarta-feira, 16 de julho de 2008

Arquivo - Nossa Senhora do Ribeiral

Cont. do mês anterior Quem é Maria Celeste Ferreira?
Do contacto breve com a figura central dos acontecimentos que motivaram a presente reportagem, sem deixarmos de admitir e considerar a eventual subjectividade inerente à apreciação, ficou-nos a impressão que se trata de uma pessoa simples e de boa-fé, provida de um grande misticismo religioso e que está absolutamente convicta daquilo que afirma.
Maria Celeste Teixeira Ferreira, nasceu há 60 anos na Costa, num lugar de Codeçoso. Freguesia donde saiu aos 13 anos “para ir servir” , primeiro em Arnóia e depois no Porto. Vive em Pedroso (Vila Nova de Gaia) há mais de vinte anos, é casada com um professor do ensino básico aposentado, que actualmente trabalha nos serviços de apoio da Escola Preparatória local, e é mãe duma filha de 25 anos. Perguntando-lhe em que se ocupa, respondeu-nos: “sou franciscana secular e dedico-me a evangelizar”. Segundo apuramos, sem podermos confirmar se integra ou não a Ordem Terceira Franciscana, assim tão designados os fiéis que, permanecendo no mundo, se esforçam por atingir a perfeição cristã, segundo o espírito e a forma de vida da Ordem Franciscana. Quanto à última afirmação, é sabido que, de acordo com os princípios de cristianismo, evangelizar não é prerrogativa exclusiva de ninguém, mas dever de todos quantos se afirmam cristãos.
Refere-nos que tem uma casa alugada em Fátima, onde passa grande parte do seu tempo, na qual já teve instalado um Lar de Terceira Idade que, por carência de meios materiais e humanos, se viu forçada a encerrar e onde actualmente aloja peregrinos, fonte de parte dos recursos utilizados no Ribeiral.
Em Pedroso, não se destaca por alguma particular piedade ou devoção e, como refere o pároco, não tem qualquer participação especial na vida religiosa e eclesial da paróquia para além do cumprimento do preceito dominical, tomando da parte na missa vespertina de sábado. A mesma fonte admite a responsabilidade dela numa instituição em Fátima que, ate falar connosco, julgava ser um abrigo para raparigas transviadas e desprotegidas.
Prevenimos os nossos leitores que os dados biográficos aqui mencionados provém, em grande parte da própria biografada, pois, conforme nos declarou uma vizinha com quem conversamos, tem uma forma de vida um tanto misteriosa e um relacionamento mínimo com a vizinhança, verificando-se frequentes e prolongadas ausências e não sabendo as pessoas do que efectivamente se ocupará.
Informar: A nossa obrigação para com os leitores
A elaborar e publicar a presente peça jornalística, o “Jornal da Terra” teve a preocupação e o único propósito de informar com rigor e isenção os seus leitores acerca dos acontecimentos e das reacções que suscitam. É incontestável que o assunto possui as características, a actualidade e o interesse geral, que definem uma notícia. E, porque noticia, aqui a sua publicação.
Não nos compete tirar quaisquer conclusões, remetemos isso para quem nos lê. Não integramos qualquer grupo de interesses pró ou contra a alegada aparição do Ribeiral e o fenómeno religioso que aí tem lugar. Temos a noção de que o assunto tratado – as aparições sejam elas no Ribeiral, em Fátima, em Lourdes ou em qualquer parte, serão sempre um tema delicado e susceptível de controvérsia, até porque também a própria Igreja não obriga os católicos ao reconhecimento divino das aparições.
Ousar correr riscos é e será sempre o nosso lema.
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Por Raul Lopes In jornal da terra

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