terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Sinais da crise

77% dos lusos lutam para pagar contas no fim do mês
20 01 2009 07.37H
Eurobarómetro revela dificuldades dos portugueses, no dia em que Bruxelas divulga previsões mais negativas para a economia nacional.
Carla Marina Mendes cmendes@destak.pt
Pagar as contas no fim do mês é uma dor de cabeça que poucos portugueses se podem gabar de não ter, mais precisamente 23%. Os dados são do Relatório Nacional sobre Portugal, feito a partir de dados do Eurobarómetro, que revela que 77% dos portugueses têm dificuldade em cumprir os seus compromissos no final do mês, mais 31 pontos percentuais do que a média da União Europeia (UE).
A estes juntam-se 64% dos lusos que consideram que o seu poder de compra foi reduzido nos últimos tempos, situação que, segundo as previsões vindas de Bruxelas, pode piorar ainda mais. É que, segundo a Comissão Europeia, o PIB da UE vai diminuir 1,8% este ano, antes de registar uma retoma moderada de 0,5% no próximo. Números que reflectem o «impacto na economia real da grave crise financeira, traduzindo-se a consequente recessão global numa acentuada contracção do comércio e da produção industrial».
Por cá, o cenário não é melhor. À queda no investimento, na ordem dos 5,5%, a maior em seis anos, junta-se a descida do crescimento económico (menos 1,6%), do consumo privado (-0,2%) e das exportações (-3,8%). Quanto ao emprego, deve também recuar 0,9%, com a taxa de desemprego a subir para os 8,8%.
Alguns números da insatisfação geral
96% dizem que os preços da habitação não são acessíveis e apenas 6% defendem que os da energia o são.
95% dos portugueses consideram que a situação do emprego é má.
77% não confiam nos partidos políticos, 61% no Governo, 54% na Assembleia da República e 52% no sistema judicial.
54% referem estar insatisfeitos com a vida que levam.
39% consideram que a vida das crianças de hoje será mais difícil.
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Destak

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