terça-feira, 3 de março de 2009

Os três grandes clubes portugueses em falência técnica

Com crise, mas sem dramas
JORGE MAIA
As três principais SAD portuguesas registaram prejuízos acumulados de 13 milhões de euros durante o primeiro semestre da época de 2008/09. O cenário só ficou completo ontem, com a divulgação das contas da do Benfica, mas os responsáveis das três SAD afastam os cenários mais catastrofistas, que apontavam no sentido da iminência de falências, nomeadamente pela aplicação do artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais. Tal artigo deixou de prever a dissolução das sociedades nos casos de perda de metade do capital social - sendo apenas obrigatório que tal situação seja devidamente publicitada. De resto, FC Porto, Benfica e Sporting sublinham que o valor contabilístico dos respectivos plantéis considerado pela CMVM está muito longe do valor de mercado. Jogadores como Bruno Alves, no FC Porto, Miguel Vítor, no Benfica e João Moutinho ou Veloso, no Sporting, por exemplo, registam valores contabilísticos residuais, quando o seu valor de mercado atinge vários milhões de euros. De qualquer forma, os resultados das principais SAD portuguesas estão longe de serem brilhantes, mas reflectem os investimentos realizados no reforço dos respectivos plantéis, bem como o aumento dos encargos financeiros, nomeadamente o preço do crédito, resultante da crise internacional. Neste cenário, os cinco milhões de euros garantidos pela presença na Liga dos Campeões tornam ainda mais aliciante uma luta que se prevê escaldante nas dez jornadas que falta disputar.
Artigo 35º
O famoso artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais deixou de prever como forçosa a dissolução da sociedade no caso de perda de metade do capital social. É apenas obrigatória que a situação seja devidamente publicitada.
Formação
O valor contabilístico dos plantéis, considerando pela CMVM, está longe de reflectir o seu efectivo valor de mercado. Os jogadores da formação, por exemplo, não têm valor contabilístico, mas, como sucede com Bruno Alves, Moutinho ou Miguel Vítor, por exemplo, têm um claro valor real que não se reflecte nas contas dos clubes.
Empréstimos
O FC Porto contraiu empréstimos bancários no total de 15 milhões de euros entre Outubro e Novembro dando os passes de Lisandro López, Lucho e Bruno Alves como garantia. Fernando Gomes, administrador da SAD portista, considerou a situação "normal no futebol"
Direitos
As receitas televisivas do Benfica atingiram os 6,1 milhões de euros, registando um aumento de dois milhões face ao período homólogo. O facto de o clube ter negociado directamente os seus direitos de transmissão explica o aumento.
In jornal o jogo

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