quarta-feira, 9 de junho de 2010

Deu que falar - Mensagem de Cavaco e Silva

"Ir para fora cá dentro" vale 17,5% do défice externo.

Se os portugueses trocassem as viagens ao estrangeiro por turismo cá dentro, ajudariam a reduzir o défice externo em 17,5%. Mas se os estrangeiros os imitassem, e deixassem de vir a Portugal, o mesmo défice subiria 27,2%.

Elisabete Miranda


Se os portugueses trocassem as viagens ao estrangeiro por turismo cá dentro, ajudariam a reduzir o défice externo em 17,5%. Mas se os estrangeiros os imitassem, e deixassem de vir a Portugal, o mesmo défice subiria 27,2%.

Não é a primeira vez que o défice externo origina desavenças públicas entre Cavaco Silva e o Governo mas, desta vez, a polémica centrou-se num tópico mais popular: as férias. O presidente da República apelou aos portugueses para que "vão para fora cá dentro", para ajudarem o País a ultrapassar a crise, mas Vieira da Silva replicou-lhe que, se a moda pegasse, o País ainda ficaria a perder. O Negócios fez as contas ao argumento de um e de outro, medidos em défice externo.

O ano passado, os portugueses gastaram 2.712 milhões de euros em viagens e turismo ao exterior. Como explicou Cavaco Silva, "as férias passadas no estrangeiro representam importações e aumentam a dívida externa portuguesa". Por isso, se o apelo patriótico do Presidente tivesse eco nas opções de férias dos portugueses, e, por hipótese, todos transferissem as suas viagens para Portugal, o défice externo nacional reduzir-se-ia em cerca de 17,5%.
Fonte: Jornal de negócios on-line

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O Presidente da República Cavaco e Silva, apelou publicamente aos portugueses para passar férias cá dentro. Este apelo, gerou um novo foco de instabilidade institucional entre o Presidente da República e o Governo, o que levou o Ministro da Economia Vieira da Silva a dizer que esperava que os outros homólogos dos outros países, a não o fazer, pois Portugal precisa urgentemente de turistas, pois a sua receita é fundamente para a economia portuguesa numa época de crise económica.

O que está aqui em causa, não parece ser a divergência de opiniões gerada pela mensagem de Cavaco e Silva, mas as próximas eleições presidenciais que já se jogam em vários tabuleiros, em que se procuram todas as oportunidades para tirar dividendos e marcar posições...

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