segunda-feira, 5 de maio de 2008

Vinhos verdes

Sete adegas dos vinhos verdes criaram sociedade anónima de base cooperativa ,Celorico de Basto faz parte desta sociedade.


Sete adegas cooperativas da região dos vinhos verdes, representando mais de 1200 viticultores, formaram uma sociedade anónima capaz de produzir mais de 10 milhões de litros de vinho.A nova sociedade, designada Viniverde - Promoção e Comércio de Vinhos Verdes SA., integra as adegas de Barcelos, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Famalicão, Lousada, Penafiel e Ponte da Barca.Luís Miguel Ribeiro, presidente do Conselho de Administração, disse à Lusa que esta é a primeira sociedade de base cooperativa em Portugal.“Esta sociedade fará a gestão integrada das massas vínicas, desde o produtor ao consumidor, assumindo responsabilidades que vão desde o pagamento das uvas ao produtor até à comercialização do vinho”, explicou.A Viniverde integra capital destas sete adegas, mas está aberta à entrada de outras da região dos vinhos verde, apesar de considerar que “a actual estrutura já garante dimensão económica à sociedade”.A Viniverde propõe-se comercializar marcas das suas associadas e criar outras, a uma escala mais abrangente, que permita satisfazer as necessidades de clientes, sobretudo de mercados internacionais.“A ideia central que presidiu à Viniverde é que a sociedade tem de representar mais, no plano da acção e da riqueza, do que o somatório dos seus associados”, acrescentou à Lusa.Afirmou ainda que a Viniverde disporá de instrumentos que “vão permitir potenciar a riqueza gerada individualmente por cada adega, sobretudo graças a uma gestão mais flexível do que a do modelo cooperativo, assente num corpo profissional”.Neste momento, está em curso um estudo da actual situação das adegas associadas para identificar as necessidades de investimento.A Viniverde acredita que haverá fundos do QREN direccionados para este tipo de projectos, que apoiarão a modernização tecnológica, a imagem, o marketing e a qualidade do produto, a realizar em cada uma das adegas, no quadro de um plano de investimentos integrado desenvolvido pela sociedade anónima.“A Viniverde é uma decisão corajosa e reveladora da maturidade das sete adegas, constituindo um passo para tentar ultrapassar as imensas debilidades com que se confronta este sector da economia agrícola”.Segundo um estudo realizado recentemente pela União das Adegas Cooperativas da Região dos Vinhos Verdes – Regiverde – o sector enfrenta grandes dificuldades, com uma quebra, nos últimos cinco anos, de 47 por cento do preço dos vinhos verdes vendidos e “um quadro financeiro asfixiante” da maioria das cooperativas da região.


Ministro da Agricultura assistiu no Porto à apresentação da Viniverde


O ministro da Agricultura, Jaime Silva presidiu na passada segunda-feira, na sede da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, no Porto, à apresentação da Viniverde.
O governante salientou o aumento de 12 por centro das exportações de vinho verde no ano passado, frisando que esta tendência é uma boa oportunidade para a Viniverde.Reconheceu que as dificuldades das adegas cooperativa é um problema da agricultura portuguesa, mas para o qual tinha de ser encontrada uma resposta.“Queremos que este projecto da Viniverde seja exemplo de uma dinâmica em que a região tem que dar um salto”.Jaime Silva salientou que a sua presença na cerimónia “é o testemunho inequívoco de um apoio ao sector cooperativo que souber dar o salto qualitativo”.“Quero agradecer a coragem que tiveram de se modernizar na gestão, do risco que vão correr, um risco que evidentemente contará com dois instrumentos importantíssimos o PRODER e a reforma da OCM que, como sabem, constitui um adicional de apoios financeiros para um conjunto de instrumentos que nós queremos que seja de promoção”, afirmou, acrescentando:“Este é o momento certo de apanharmos o comboio da modernização do sector cooperativo, e, por isso, quero felicitá-los pela iniciativa que mostram para todo o país. E à região dos vinhos verdes de maneira geral e à sua CVR pelo exemplo que dão em termos de gestão de funcionamento”.

Armindo Mendes/Lusa

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