Cada terra é o que é, como resultante de variáveis diversificadas, sejam de índole geográfica, ambiental, social, cultural ou outras. Por vezes, destacaram-se personalidades que, por suas obras, se foram, no célebre verso do Camões, “da lei da morte libertando”, isto é, do esquecimento.
Pretende esta nascente publicação, lembrar figuras desta terra que, de facto, se notabilizaram e está aberta a cada um. Cada terra é o que é, por inúmeras e variadas circunstâncias, que de certa forma possam apresentar pessoas relacionadas com Codessoso que, de facto, prestaram serviços relevantes, dentro e fora.
Como não há pretensão de apresentar algo de original, transcreve-se com a devida vénia, o que nos revela a monografia de António Alves de carvalho sobre “concelho de Celorico de Basto”, sobre o Monsenhor Albino Alves da Cunha e Silva, sendo mesmo de perguntar: como foi possível?
No dia 21 de Setembro de 1882 e na sua Casa de Vila Pouca, na freguesia de Codessoso, deste concelho de Celorico de Basto, nasceu um menino a que foi dado o nome de Albino. Era filho do Sr. Avelino Alves da Cunha e Silva e de sua esposa D. Ana Joaquina da Mota e Andrade. Ali recebeu esmerada educação, tendo feito sem dificuldade os primeiros estudos na então Vila de Amarante.
Chegado ao momento decisivo de ter de escolher uma profissão optou pela de sacerdócio, depois de ouvir os de seus pais as palavras de aprovação, e todas as demais que acharam por convenientes para o elucidar sobre o grande passo que ia dar na vida. Assim, concluiu brilhantemente o curso que voluntariamente escolheu.
O P. Albino era homem robusto de corpo e de alma, de carácter íntegro e a sua formação religiosa só serviu para consolidar e desenvolver os sentimentos de justiça social que lhe ferviam na alma, praticar o bem.
Veio a Revolução de 1910 e, com ela a Lei de Separação da Igreja e o Estado, com o seu cortejo de violências, encerramento de conventos e todos os estabelecimentos religiosos, criando-se um estado de coisas contrário à liberdade que havia sido proclamada. Neste clima criado no País, vários sacerdotes, e entre eles o nosso P. Albino, foram condenados a prisão e degredo na África.
A partir daqui vamos seguir a narrativa do suplemento de “O REGIONAL”, diário matutino de Catanduva, no número que publicou em 23 de Setembro de 1973, de homenagem a este compatriota, a propósito do seu falecimento
“A FUGA”
“Arranca a sua querida batina, para não ficar sem ela e a ávida, deixa crescer o bigode, enverga (termo) um fato modesto e foge pressurosamente. Empreendeu uma terrível jornada a pé, de Amarante até à cidade de Braga. Nesta cruciante excursão, chegou a perder a unha do dedo grande do pé esquerdo.”
“De Braga, parte de trem para Monção. Estando ali vai a casa do padre que foi seu vigilante no seminário Maior. Este sacerdote, também sofredor, arranja um contrabandista que introduziu o P. Albino na Espanha, através do Rio Minho. Em seguida vai morar em Tui, pequena cidade espanhola. Sem vacilação. Aguarda o momento mais rápido possível para deixar a sua terra e sua gente”.
Achava-se ancorado no porto de Vigo o Vapor “Zelândia” ostentando a bandeira brasileira, que estava destinada a proteger os foragidos que desejassem emigrar para o Brasil.
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PS: continua no próximo mês
2 comentários:
Olá, sou um historiador brasileiro e estou pesquisando justamente sobre a família do Monsenhor Albino Alves da Cunha e Silva, queria saber se ai em codessoso existe algum parente dele que possa entrar em contato comigo eu sou de Catanduva, cidade esta que o Monsenhor Albino Alves da Cunha e Silva fundou. Sou historiador do "Museu Padre Albino" e queria que alguem dai de codessoso pudesse entrar em contato comigo, meu email é fpa.museu@terra.com.br espero respostas o mais breve possível. Atenciosamente: Fernando
Chamo-me Pedro Coimbra e estou a reunir dados biográficos para um trabalho sobre a família "Guerreiro de Amorim" e "Pery de Linde Guerreiro de Amorim", que está ligada a Monsenhor Albino através do casamento de um seu irmão com uma senhora desta família. Se for possível, gostaria de receber e trocar dados sobre os membros desta família e seus descendentes. O meu e-mail é:
pedromoraiscoimbra@portugalmail.pt
Agradeço qualquer ajuda ou nova informação. Com os melhores cumprimentos,
Pedro Morais Coimbra
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