Scuts

O pagamento das Scuts continua a marcar a agenda política em Portugal.

A palavra SCUT significa “sem custo para os utilizadores”, cujos custos são suportados pelo Estado, o que significa que os encargos são pagos maioritariamente pelos impostos dos contribuintes. O Estado entrega a construção, financiamento, exploração e manutenção da auto-estrada a um consórcio privado, pagando a este uma dada tarifa por cada veículo que circula nessa via. Esta discriminação positiva teve por objectivo principal beneficiar regiões do país mais desfavorecidas, com rendimento per-capita mais baixo e sem alternativas de redes rodoviárias.

Agora, como o Governo andar de bolsos a abanar, pretende impor o pagamento de portagens a quem não está habituado a pagá-las, o que gerou uma onda de protestos dos autarcas locais e dos movimentos de utentes que se vão desdobrando em protestos. Era um dado adquirido que, imposto de início, não teria provocado estranheza ou protestos. Mas é agora, após anos e anos de promessas em sentido contrário, que um Governo PS pretende impor portagens a populações mal habituadas.

Mas afinal, o que é uma verdadeira alternativa à auto-estrada?

Serão estradas com as mesmas características das Scuts?

Se for por questões de justiça, há quantos anos se paga a passagem na travessia do Tejo na Ponte 25 de Abril?

Outra questão curiosa é a invenção do chip obrigatório, que visa poupar dinheiro em cabinas e portageiros, com a consequência directa de lançar pessoas para o desemprego, mas por outro lado, vai dar a ganhar dinheiro à empresa que vai fabricar os chips, o que é uma situação estranha e de difícil compreensão.

A oposição ao Governo chumbou na Assembleia da Republica o uso destes dispositivos de pagamento, com fundamento que violava a privacidade do cidadão. Mas, este meio de pagamento, levanta logo questões de ineficácia prática. Um turista que visita Portugal, terá que comprar um chip se quiser viajar nas Scuts e quem fiscaliza o seu pagamento?

O Governo e o maior partido da oposição PSD, têm entretido os portugueses com o problema do uso do chip e da alternativa a este meio de pagamento, bem com o adiamento da entrada em vigor do pagamento obrigatório, mas no fundo convergem num ponto, que é o facto de ambos estar de acordo com o pagamento das portagens, quando ninguém está interessado em pagar nada.

Por outro lado, é uma falsa questão dizer que as Scuts são auto-estradas sem custo para os utilizadores.

Mas, não é o Estado que suporta os custos?

Isso é uma verdade, mas vai buscar esse dinheiro aos contribuintes através de impostos, sobre os combustíveis, compra e venda de veículos, imposto de circulação, taxa de emissão do Co2…