Prestação de Portugal - Mundial da África do Sul

A selecção portuguesa cumpriu os serviços mínimos…

Portugal cumpriu dois dos objectivos preconizados pelo seleccionador Carlos Queirós, segundo o comunicado da Federação Portuguesa de Futebol que saiu da reunião que foi convocada para fazer o balanço da prestação de Portugal no Mundial de 2010 na África do Sul.

No comunicado lê-se que o primeiro objectivo era o apuramento para o mundial e o segundo, foi a passagem aos oitavos-de-final da competição. Quando se esperava uma atitude enérgica do Presidente da Federação, no que se refere aos incidentes que se verificaram no seio da selecção e, depois da polémica entrevista de Carlos Queirós ao Jornal o Sol, onde o seleccionador referiu que a Federação tinha uma estrutura amadora, não houve despedimento do treinador, tudo continua na mesma, como se nada passasse de excepcional.

Sem querer intrometer-se em questões técnicas, que têm a ver com a escolha dos jogadores, gestão do plantel e opções tácticas nos jogos do mundial, o que é certo, é que a prestação de Portugal ficou aquém do esperado. Os portugueses não estavam muito confiantes na equipa, pois fez jogos muito fracos e conseguiu o apuramento já nos plays offs, quando o grupo estava perfeitamente ao alcance da selecção nacional.

Aos olhos dos portugueses, há questões que continuam nos segredos dos deuses, sem respostas, que deveriam ser devidamente esclarecidas:

• O que se passou na realidade com a lesão de Nani?

• O Deco foi afastado da equipa, terá sido por opção ou castigo?

• A fraca prestação de Cristiano Ronaldo, estará relacionada com eventuais desentendimentos com Carlos Queirós?

• Prémio para Carlos Queiroz no valor de € 750.000,00?

É caso para dizer, onde estão os detractores do anterior seccionador Mister Scolari, como foi o caso mais conhecido do Presidente do FCP Pinto da Costa, que fizeram de tudo para correr com ele da selecção nacional.

O brasileiro foi muito criticado, pelas incompatibilidades com o FCP, por ganhar um salário elevado, mas o Carlos Queirós é o quarto seccionador mais bem pago de todos os que participaram no mundial, o que significa que regressou a Portugal não por amor à camisola, mas atrás do dinheiro que lhe ofereceu a Federação Portuguesa. Queirós sabe muito de futebol, é um treinador com experiência, mas não se aventura muito no ataque, é demasiado defensivo não arriscou nada, como foi o caso do jogo com a Costa do Marfim. Tem contudo um atenuante, Portugal não foi feliz no sorteio do mundial, tivemos que jogar com o Brasil e com a Espanha, selecções mais cotados que a equipa nacional, mas fica o sabor amargo que podíamos e deveríamos fazer muito mais, a equipa não jogou nada.

Ao Scolari, os críticos exigiam tudo e mais alguma coisa, que fosse vencedor do Euro 2004, que ganhasse o mundial da Alemanha, mas perante o fracasso de Portugal no mundial da África do Sul estão todos caladinhos.

O que é que aconteceria ao brasileiro se orientasse Portugal na África do Sul e tivesse os mesmos resultados desportivos?