Um santuário em Codeçoso
Maria Celeste Teixeira Ferreira diz-nos que, tendo-se avistado com o Arcebispo de Braga a quem teria feito igual relato, deste teria obtido um despacho favorável à sua pretensão de erigir uma capela no local e, inclusivamente, teria sido o mesmo prelado a redigir pelo seu próprio punho o requerimento nesse sentido. Também garante que, tendo-se previamente encontrado com o pároco de Codeçoso, este teria manifestado o seu acordo com a afirmação que “Codeçoso já tem uma igreja, terá também uma capela…”.
Vindo posteriormente, porém, a dar o dito por não dito, e em consequência, os responsáveis diocesanos recuariam e comunicar-lhe-iam que ficasse a aguardar uma ulterior decisão. O pároco de Codeçoso negaria aquela versão, conforme o depoimento que publicamos noutro local, mas confirmar-nos-ia o despacho favorável do Arcebispado e a sua intervenção para que “fosse cassada a licença já concedida para a construção da capela”.
Maria Celeste Ferreira mostra-se absolutamente convencida que, vencida, a oposição, para ela incompreensível, do pároco de Codeçoso, obterá a necessária autorização das entidades eclesiásticas competentes para a conclusão do edifício já iniciado e destinado a capela.
Assegura já ter gasto no local, nomeadamente com terraplanagens, cerca de um milhar de contos.
Interrogada de onde provem tamanha quantia, responde que a maior parte é do seu próprio dinheiro e a restante é proveniente das dávidas dos devotos. Ainda relativamente às ofertas dos devotos e peregrinos, revela que tem em seu poder cerca de cinquenta mil escudos, com os quais pretende abrir, a curto prazo, uma conta bancária, cujo número divulgará a fim de facilitar as ofertas e assim, viabilizar a conclusão da capela na “Cova do Ribeiral”, como lhe chama.
Capela tão necessária, pois também lhe permitirá ai depositar os “ex-votos” e outras ofertas semelhantes de que é depositaria e, como declara e igualmente lhe teria dito o Director da “Cruzada Eucarística” (publicação católica que se edita em Braga), “não lhe pertencem, mas sim a Nossa Senhora”.
Satisfazendo a nossa curiosidade em saber a quem pertencia o terreno em que será implantada a mencionada capela, informa-nos que este lhe teria sido cedido pelo Sr. Manuel Mota, administrador da conhecida empresa de construção “Mota & Companhia” e um dos maiores empresários nacionais, o qual se teria manifestado muito satisfeito em contribuir para tal fim.
O pároco de Codeçoso contraria também essa versão, sustentando que tal cedência estaria condicionada ao seu acordo e, porque o referido proprietário nunca lhe falou do assunto, aquela não se concretizaria. O “Jornal da Terra” procurou contactar o dito industrial, foi informado do seu precário estado de saúde, o que impossibilitaria o contacto desejado.
Cont. para o próximo mês
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