quarta-feira, 5 de março de 2008

Páscoa

QuaresmaTempo para orar e jejuar
.
O termo Quaresma deriva do latim «quadragesima dies», ou seja, quadragésimo dia. É o tempo do Ano Litúrgico preparatório da Páscoa, a grande celebração do mistério da Salvação pela morte e ressurreição de Jesus Cristo. Na actual disciplina litúrgica, vai da Quarta-Feira de Cinzas até Quinta-Feira Santa, excluindo a Missa da Ceia do Senhor, que já pertence ao Tríduo Pascal.
.
A Quaresma é «o tempo favorável no qual todos os cristãos são convidados a converter-se sempre mais profundamente ao amor de Cristo», recordou recentemente o Papa Bento XVI.O jejum é uma prática penitencial preparatória para a Páscoa. Por definição, o jejum é abstinência ou redução de alimentos. É privação. Mas a penitência quaresmal deve ser também externa e social, não só interna e individual.
.
De acordo com a Igreja, deve-se estimular a prática da penitência, adaptada ao nosso tempo, às possibilidades das diversas regiões e à condição de cada um dos fiéis. «Mantenha-se religiosamente o jejum pascal, que se deve observar em toda a parte na Sexta-feira da Paixão e Morte do Senhor e, se oportuno, estender-se também ao Sábado Santo, para que os fiéis possam chegar à alegria da Ressurreição do Senhor com elevação e amplitude de espírito».«Hão-de olhar para Aquele que trespassaram», este é o tema da Mensagem para a Quaresma 2007, onde o Papa propõe à reflexão dos cristãos neste tempo de penitência e oração. Para o Santo Padre, temos «quarenta dias para experimentar a loucura do amor de Deus».
.
Na mensagem, Bento XVI explica que «esta loucura de amor tem sua expressão culminante em Cristo crucificado, Filho de Deus». «No mistério da Cruz se revela inteiramente o poder irrefreável da misericórdia do Pai celeste. Para reconquistar o amor de sua criatura, Ele aceitou pagar um preço muito alto: o sangue de seu Filho Unigénito». «Vejamos Cristo trespassado na Cruz!», convida o pontífice. «Na Cruz, o próprio Deus mendiga o amor de sua criatura: Ele tem sede do amor de cada um de nós», refere o Papa.
.
O texto escrito por ocasião da Quaresma afirma que «na verdade, só o amor no qual se une o dom gratuito de si mesmo e o desejo apaixonado de reciprocidade infunde uma alegria tão intensa que converte em leves inclusive os sacrifícios mais duros», e que «a resposta que o Senhor deseja ardentemente de nós é, antes de tudo, que aceitemos o seu amor e nos deixemos atrair por Ele».
.
De acordo com o bispo de Roma, «aceitar seu amor, contudo, não é suficiente. É preciso corresponder a esse amor e depois comprometer-se a comunicá-lo aos outros: Cristo “me atrai para si” para unir-se a mim, para que eu aprenda a amar os irmãos com o seu próprio amor».O Papa desafia os cristãos a viverem este tempo de Quaresma com palavras e gestos concretos de amor ao próximo. Olhar para Cristo é, no entender do Papa, o estímulo à abertura do coração aos outros, reconhecer as feridas provocadas à dignidade do ser humano, combater qualquer forma de desprezo pela vida e exploração da pessoa.
.
(RONNY MARINOTO)

Sem comentários: