quinta-feira, 27 de março de 2008

Editorial

O Governo resolveu conceder tolerância de ponto, no período da tarde na passada quinta-feira, o que gerou um fim-de-semana prolongado, que foi aproveitado para umas merecidas férias de Páscoa. Como sempre, gerou-se a azáfama do costume, as filas enormes rumo ao Algarve, e a corrida desenfreada às Agencias de Viagens para passar estes dias no estrangeiro. Bem, poderíamos considerar uma situação normal, mas com as dificuldades que o país atravessa, com as sucessivas manifestações dos portugueses a reivindicar melhores empregos e condições de vida, parece um contra senso. Mas, a realidade dos portugueses é bem diferente, pois o poder de compra está a baixar cada vez mais, as pessoas vão sucessivamente ultrapassando a sua capacidade de endividamento, incapazes de gerir os seus parcos recursos para fazer fase à sua economia doméstica. Perante isto, deveriam tomar medidas de contenção de despesas, mas continuam a não resistir à publicidade das instituições de crédito que a toda a hora oferecem dinheiro para viagens e outras despesas, muitas vezes sem grandes exigências em termos de garantias. Todos sabemos os problemas que atravessam a economia europeia, a que Portugal não é alheio, em grande parte motivada pela crise do crédito mal parado e falta de liquidez dos Bancos Americanos. Para combater esta crise, o Banco Central Europeu, tornou pública a intenção de subir novamente as taxas de juros (Euribor) o que terá como consequência, a subida das prestações nos créditos habitação. Esta situação, vai originar um maior esforço dos portugueses para cumprir com os compromissos assumidos com os Bancos. Muitas vezes tal situação não é possível, o que desencadeia o recurso à via judicial para a cobrança coerciva. Recentemente, um estudo revelou que as famílias portuguesas são as mais endividadas da Europa, em média cada português deve aos Bancos 11.000 euros, o que reflecte por um lado a facilidade com que se recorre aos empréstimos bancários, e por outro lado a falta de restrições no recurso ao crédito. Este problema só pode ser resolvido com medidas restritivas na concessão de crédito, e com uma maior consciencialização das pessoas, onde estas sintam, que apesar de cidadãos europeus não têm nível económico para fazer a vida que levam, pois está muito acima das suas reais possibilidades.
Director

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo plenamente com as considerações, aqui referidas. Realmente os portugueses habituaram-se a ter um nível que vida que não está de acordo com os seus recursos económicos. Querem fazer vida de ricos com carteira de pobres.

Anónimo disse...

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