quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Ranking das Escolas em Portugal

Todos os anos é divulgado o ranking das Escolas Portuguesas, com base nos resultados dos exames nacionais. Mas, tal como vem acontecendo anualmente, este ano não fugiu à regra e o ranking volta a ser liderado pelos Colégios Privados. Na frente segue o Colégio Nossa Senhora do Rosário e Colégio Luso-Francês ambos do Porto, aparecendo apenas a 1ª Escola Pública na 10ª posição, refiro-me à Escola Secundária Infanta D. Maria de Coimbra.

Analisando só os valores, sem atender a um outro conjunto de factores conexos e que podem ser decisivos, acaba por ser injusto para alunos e professores, pois é necessário avaliar uma séria de condições concretas de cada estabelecimento de ensino e seu enquadramento sócio-cultural.

Quem é que frequenta os Colégios Privados em Portugal?

São os filhos das famílias portuguesas com mais dinheiro, da classe média alta e os mais ricos, em que os pais têm um nível cultural mais elevado, que facilita em muito o desenvolvimento e integração escolares. São aquelas pessoas que têm dinheiro para pagar explicações de acompanhamento dos seus filhos, que estão inseridos no meio sociocultural diferente da maioria dos alunos em Portugal que frequentam o ensino público.

Por outro lado, estes Colégios fazem uma espécie de selecção dos alunos, só querem os bons. Aqueles que reprovar de ano sujeitam-se a ver a sua matrícula recusada no ano seguinte, porque trabalham muito para a estatística e para o prestígio da instituição.

Os alunos ali, são muito exercitados têm uma série de tarefas que levam para casa (TPC), e é aqui que se revela o apoio imprescindível dos pais. Os Professores são escolhidos, não há concursos só os melhores é que leccionam nos Colégios, tem métodos de ensino e apoios aos alunos que não se vê nas Escolas Públicas.

Por sua vez, no ensino público o que se vê são os filhos dos pobres, das classes mais desfavorecidas que não têm dinheiro para por os filhos a estudar nos Colégios Privados, porque não têm recursos económicos.

São estas Escolas onde os Professores faltam a toda a hora, onde os alunos não têm as mesmas ajudas, tem métodos de ensino diferentes onde apenas se “vomita” matéria e salve-se quem poder. É nas Escolas Públicas onde se fazem greves e manifestações, onde os Professores se preocupam mais com as suas promoções e carreiras (salários) em vez de discutir questões estruturais para melhoramento da qualidade do ensino em Portugal.

1 comentário:

aluno disse...

Subscrevo integralmente o conteúdo deste post.
Na realidade há uma imagem pública do ensino de qualidade no sector privado relativamente ao ensino secundário, mas quando se chega à universidade se for pública é a melhor, se uma universidade privada o ensino já não presta, porque os cursos são comprados... alguém entende isto?