RTPN dispensou Rui Moreira do programa trio de ataque…
O AMBIENTE ENTRE FC PORTO E BENFICA CONTINUA DOENTIO. SEM QUE NINGUÉM TENHA CORAGEM DE LHE COLOCAR UM TRAVÃO.
O episódio da saída de Rui Moreira do programa televisivo "Trio d’Ataque" foi apenas o último de uma triste saga que se arrasta pelo futebol português, como se de uma série cabotina e de terceiro escalão se tratasse, mas porque protagonizada por dois atores de primeiro plano ainda valesse a pena nela insistir.
Os presidentes de FC Porto e Benfica continuam em troca de mimos irresponsável e perigosa, com Pinto da Costa a lançar os cães contra Vítor Pereira sem ponta de razão e Vieira a anunciar surpresas para quem apedrejasse a camioneta, sem se saber se o criminoso corria o perigo de cair fulminado por uma rajada de balas ou o Vermelhão apenas voltaria para trás. Como na faixa de Gaza, também aqui há dificuldades para perceber quem são os bons e os maus, num conflito em que quem manda também usa a "religião" para cegar uns contra outros. Tanto o autocarro azul como o encarnado são atacados quando se deslocam ao terreno do rival. Há energúmenos dos dois lados da barricada.
O pior é que todo o ódio destilado pode ter consequências graves a qualquer momento e não serão os presidentes a pagar as faturas. Ou serão, mas talvez as do funeral de um qualquer inocente que vá a passar no estádio certo à hora errada. Quando temos líderes a vociferarem constantemente contra a arbitragem – e esta época o cúmulo do ridículo foram as queixas portistas em Guimarães –, contra o Governo ou mesmo a pedir aos adeptos para não irem aos jogos, para fazerem chantagem sobre o negócio, e sem perceberem que estão ao mesmo tempo a cometer hara-kiri... então já passámos há muito tempo os limites.
Há quem se recuse a fazer a figura dos que vão para os programas de televisão defender os clubes com instruções dos respetivos departamentos de propaganda. Todos sabiam que era assim mas a máscara caiu com o comunicado portista a propósito de Rui Moreira. Querem pregar moral a quem?
Texto publicado na versão impressa de Record de 10/10/10
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