quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Utilidades

Um poeta disse em tempos: "... dormir, dormir, talvez sonhar...". Quando cada pessoa se deita para dormir, não imagina a importância fundamental que o sono tem para o organismo. Ele é responsável pela manutenção do nosso estado físico e mental.
O desgaste da vida, em especial no quotidiano diário actual, provoca uma sobrecarga em todos os nossos órgãos; acumulações de electrólitos, produtos de metabolismo, alterações hormonais diversas que entre outras, são responsáveis cada vez mais por uma necessidade reparadora do nosso corpo e organismo.
Essa reparação faz-se durante o sono. Quando não acontece ou é de curta e fraca duração, o corpo começa, com o tempo, a sentir efeitos negativos como; perturbação da arquitectura do sono, alteração do ritmo cardíaco, aumento da pressão arterial, diminuição do interesse sexual, aumento da frequência urinária nocturna, incremento potencial de acidente vascular cerebral, etc.
Quantas pessoas conhece que chegando a casa para jantar, adormecem ao fim de cinco minutos no sofá? E de quantas se lembra de ver adormecer em locais públicos? E quanto a si, tem dificuldade em estar desperto no seu emprego, no trânsito, em dia de congestionamento? Quando acorda pela manhã sente-se como se não tivesse dormido nada? Sente dores de cabeça ao acordar? Dificuldade em concentrar-se? Cansaço e sonolência diurna?
Já pensou que pode não estar a dormir o suficiente para restaurar o seu organismo em cada dia? O número de horas necessárias de sono varia de pessoa para pessoa bem como durante a vida de cada uma, no entanto, em média, os bebés precisam de 17 horas, os adolescentes de 10 horas e os adultos de 8 horas.
O sono, desencadeamento deliberado de uma alteração ou redução do estado consciente, tem inicio sensivelmente à mesma hora, cada 24 horas. Resultará, quando cumpridas as horas médias referidas, numa sensação de energia física, psíquica e intelectual restabelecida, tendo ajudado à regeneração celular assim como à total recuperação da função imunitária.
Um ciclo do sono é formado por cinco estágios, que duram cerca de 90 minutos (podendo chegar aos 120) e durante o sono, um ciclo pode repetir-se quatro a cinco vezes.
Existem três grupos distintos de distúrbios do sono: as insónias, a sonolência e as apneias.As insónias no adulto são normalmente provocadas por depressão, ansiedade, abuso de álcool e drogas, maus hábitos alimentares e de comportamento, como TV no quarto, ingestão de café e refeições pesadas antes de deitar, luminosidade excessiva e diferença de temperaturas, entre outras.
A sonolência, durante o dia também comporta várias causas como o uso de medicamentos, a vida sedentária, doenças psiquiátricas e neurológicas, obesidade, etc.
As apneias são paragens respiratórias, geralmente seguidas por ligeiros despertares, que alteram profundamente a estrutura do sono. Esta suspensão de respiração sendo por períodos até 10 segundos é considerada normal. No entanto, a ocorrência de muitas apneias, por períodos superiores àquele, configura um estado grave.
A apneia atinge geralmente homens acima dos 40 anos e mulheres após a menopausa, estando bastante associada à obesidade. De entre os portadores deste distúrbio, 20 a 40 % dos homens sofrem de impotência sexual, além dos riscos de acidente de trânsito e trabalho, devido ao cansaço e sonolência diurna. As crianças com palato rebaixado ou obstrução na laringe (adenóides ou amígdalas muito grandes), que dificultem a passagem do ar, podem também padecer deste distúrbio. Assim hoje a S.A.O.S. (síndroma da apneia obstrutiva do sono) é considerada uma doença com alta taxa de morbidade e mortalidade, apresentando um conjunto sintomático múltiplo que vai desde o ronco até à sonolência excessiva diurna, com repercussões gerais hemodinâmicas, neurológicas e comportamentais.
O ronco, vulgo ressonar, é o principal dos sintomas da apneia de sono (30%). Dores de cabeça, dificuldade de concentração, irritabilidade, depressão e esquecimento, são outros a ter em conta, mas jamais se deve menosprezar a sonolência diurna e o cansaço excessivo. * In Médicos de Portugal * Fonte: Jornal do Centro de Saúde

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